As eleições e o novo Brasil

As eleições e o novo Brasil 150 150 Instituto Palavra Aberta

Se há um rito que o brasileiro incorporou, em definitivo, este é votar com liberdade e em paz. Eleger e ser eleito, princípio elementar das práticas democráticas, se tornou uma rotina.

Não significa que as contradições, complexas e profundas, tenham sido eliminadas. Somos capazes de apurar mais de 38 milhões de votos em cerca de duas horas, num país de dimensões continentais, mas ainda existem muitas restrições ao livre debate, e os contenciosos jurídicos ainda são expressivos.

A imprensa revela-se isenta e responsável, afirmando-se como força independente e vigorosa, a despeito das sanções e punições, levando informações relevantes para que o cidadão faça sua escolha de forma consciente.

Sociedade bem informada é aquela que decide melhor, se posiciona melhor e escolhe o melhor candidato. Esse é o caminho próprio da democracia, não a alternativa arbitrária da simples regulação, com ingerência do Estado na vida da sociedade.

O embate pela legitimidade, por sua vez, é constante. E se há um ponto importante a ressaltar é que a sociedade passa a tornar-se referência. O dado positivo do primeiro turno eleitoral é que o novo Brasil, aquele que aspira por crescente democracia, emerge das urnas e caminha para o segundo turno no próximo domingo, sem contratempos, com a força da sociedade prevalecendo continuamente. É um sentimento que precisa banir de cena de vez o antigo hábito do cerceamento e da censura, tão arraigado na nossa cultura.

É inegável que avançamos. O Brasil antigo, arcaico, precisa continuar a perder terreno. Pois ainda se faz presente pela cultura da tutela, pelos limites impostos à liberdade plena das campanhas e, sobretudo, pela incapacidade de conviver com os opostos. Mas é um Brasil que não avança. Pelo contrário, recua. Revela-se frágil como um castelo de cartas.

Neste sentido, quanto mais houver a claridade da liberdade de expressão, mais o novo Brasil democrático irá se afirmar, se tornar mais visível e luminoso. Eis uma evidência simples e prática, que o segundo turno eleitoral apenas reforça e realça.

 

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