Liberdade, internet e violência

Liberdade, internet e violência 550 345 Instituto Palavra Aberta

* Francisco Viana

Foi a tese, em síntese, que defenderam, por caminhos diferentes, Marcel Leonardi (diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais do Google no Brasil) e Marcelo Moscogliato (procurador regional da República em São Paulo) como parte do Ciclo de Palestras Pensadores da Liberdade para alunos da Universidade Mackenzie, em São Paulo.

Moscogliato falou do ambiente de violência que marca a vida do País e apontou a alternativa pratica da cooperação entre as pessoas na busca de uma sociedade mais amigável e receptiva. Para ilustrar os horizontes de possibilidades construtivas, lembrou um episódio recente de grande repercussão: as manifestações de junho de 2013. “Foram pacíficas. A violência ficou restrita a pequenos grupos. Foi a exceção, não a regra. Mesmo a violência policial decorreu mais do medo e do desejo de se proteger do que da truculência e do autoritarismo”, disse.

Leonardi concentrou atenções na Internet e suas múltiplas plataformas. “Se no passado editava-se antes de publicar, hoje, publica-se antes, pensa-se depois na edição. O Marco Civil da Internet apontou e caminha na direção da pró-liberdade. Parte do princípio que um texto ou vídeo só pode ser removido de uma plataforma por decisão judicial, não por força de um mero pedido”, comentou. Ao falar dos desafios, lembrou a candente questão do Direito ao Esquecimento, que hoje aflora em países da Europa.

No final, deixou claro, como Moscogliato, que a liberdade de expressão é um processo de conquistas construído no dia a dia e que implica na ampliação dos espaços civilizatórios. “Corresponde, em outras palavras, às conquistas democráticas da liberdade de informação e opinião. A sociedade aprende experimentando, praticando, refletindo”, concluiu Leonardi.

Foi o segundo debate do Ciclo de Debates Pensadores da Liberdade, projeto desenvolvido pelo Centro de Estudos do Instituto Palavra Aberta, que tem por objetivo incentivar a produção acadêmica e promover o debate e a ampliação de conhecimento dos temas liberdade de expressão e livre iniciativa nas universidades.

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