Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa 2017

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Em junho deste ano, Míriam Leitão foi alvo de agressões e insultos, por parte de militantes do PT inconformados com sua atividade jornalística, durante todo voo de Brasília para o Rio de Janeiro. Segundo levantamento da ANJ, nos últimos 12 meses houve no País 30 casos de agressões a jornalistas, 12 ameaças e 11 de insultos e intimidações, como o que ocorreu com Míriam.

Em palestra no evento, o ex-ministro do STF Ayres Britto, primeiro agraciado com a premiação em 2008, assinalou que a Constituição brasileira contém todos os instrumentos para garantir a liberdade de imprensa e conclamou os brasileiros a se unirem em torno dos princípios democráticos constitucionais, em favor da aceitação das opiniões divergentes.

O presidente da ANJ, Marcelo Rech, assinalou que a incompreensão em relação ao livre exercício do jornalismo é, muitas vezes, alimentada pelas redes sociais “que destampam rancores e intolerâncias e desembocam em crescentes restrições a manifestações do pensamento verdadeiramente plurais”. Ao agradecer a premiação, que recebeu de Francisco Mesquita Neto, presidente do Grupo Estado e vice-presidente da ANJ responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão da entidade, Míriam Leitão lembrou que em 2018, com as eleições, certamente crescerão as agressões aos jornalistas.

“Muitos jornalistas serão atacados pelas notícias que trazem ou pelas opiniões que manifestam. Vários de nós enfrentarão não apenas palavras ásperas, mas ameaças reais e concretas”, disse Míriam. Ela lembrou também que a disputa eleitoral e política produzirá ataques de notícias falsas, “mas só na apuração sistemática e cuidadosa, como apenas os profissionais sabem fazer, encontraremos o remédio contra esse fator perturbador”.

Francisco Mesquita Neto citou levantamento no qual cerca de 12 milhões de brasileiros, o equivalente a 6% da população do Brasil, difundem regularmente notícias falsas sobre política.

O Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa foi criado pela Associação Nacional de Jornais para homenagear pessoas ou instituições que tenham se destacado na promoção ou na defesa da liberdade de imprensa ou cuja atuação demonstre a importância fundamental da liberdade de imprensa para o País e as democracias.

Além do ex-ministro Ayres Britto, já receberam a premiação a Sociedade Interamericana de Imprensa; o jornal Clarín, de Buenos Aires; a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI); a relatora especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, Catalina Botero; a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal; e o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba.

* Fonte: Jornal ANJ Online – Redação

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