Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo é relançado oficialmente após 10 anos

Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo é relançado oficialmente após 10 anos 150 150 Instituto Palavra Aberta

Guilherme Sardas e Luiz Gustavo Pacete | 25/02/2013

Na manhã desta segunda-feira, dia 25, foi lançada oficialmente a 10ª edição do Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo, no auditório do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), na zona central de São Paulo. Um dos mais tradicionais prêmios do jornalismo brasileiro, o Líbero Badaró volta a ser realizado após 10 anos de sua última edição, realizada em 2002.

Palestrantes debatem a liberdade de imprensa no Brasil:

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Fotos: Luiz Murauskas

Iniciativa da revista e portal IMPRENSA, com patrocínio da Souza Cruz e apoio institucional da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), Instituto Palavra Aberta e Artigo 19, o prêmio visa estimular o desenvolvimento da imprensa brasileira, distribuindo 76 mil reais aos melhores trabalhos jornalísticos do país (veja todas as modalidades e prêmio ao final da matéria).

Debate necessário

Por ocasião do lançamento, foi realizado um debate sobre censura e processos jurídicos envolvendo jornalistas e os veículos de comunicação no país. Manuel Alceu Ferreira, advogado de O Estado de S. Paulo e Valor Econômico, defendeu uma nova Lei de Imprensa adaptada à realidade democrática, como forma de garantir a atuação livre da imprensa no país.

“Uma nova lei precisa ser adaptada à Constituição de 1988, que estabeleceu plenamente os princípios democráticos no país. Só nesta Constituição são 19 dispositivos relacionados à liberdade de imprensa”, comentou. Criada durante o regime militar e revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009, a lei anterior buscava restringir a liberdade de expressão, punindo de forma dura os profissionais da imprensa.

Ferreira opinou ainda sobre a polêmica discussão a respeito do “direito de resposta”, fundamentado na Constituição Federal desde a revogação de 2009. “A conseqüência disso para o jornalismo é que você fica refém, durante um tempo ilimitado, de uma resposta que você não sabe se virá ou não. É comum que as respostas aconteçam quatro anos depois da publicação da matéria.

Já Taís Gasparian, advogada do jornal Folha de S.Paulo, não é favorável a uma nova Lei de Imprensa no país, mas reconhece que a ausência de uma regulação desprotege a imprensa. “Existem agressões claras e visíveis, censura judicial, violência física e questões sutis que não são divulgadas, mas os jornalistas eram protegidos quando existia a lei de 1967. Hoje, eles estão expostos a valores absurdos de indenização”.

A advogada defende ainda a autorregulação como um instrumento que sirva de referência ética à atuação profissional. “O Conar [Conselho Nacional de Atorregulamentação Publicitária], no campo da publicidade, está aí como exemplo. Entretanto, atualmente a discussão não é levada com a finco pelos jornais, ela vai e volta”.

Diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Guilherme Alpendre rememorou alguns episódios de morte e de ameaça a jornalistas brasileiros em 2012, e ponderou sobre entidades que atuam pelo combate da censura e violência contra jornalistas no Brasil.

“Mesmo com números e critérios que muitas vezes não são compreensíveis, é importante que essas entidades continuem dando visibilidade aos casos de mortes e violência contra jornalistas no Brasil. De qualquer maneira, precisamos tomar muito cuidado em sair dizendo que o Brasil está no ranking disso ou daquilo.”

Convidado ilustre

Entre os convidados – jornalistas, professores universitários e representantes de entidades do jornalismo –, um deles ganhou especial destaque: o jornalista Jayme Martins, vencedor do Grande Prêmio Líbero Badaró da primeira edição, em 1989, pela reportagem “Meninos eu vi”, veiculada pela Rádio Eldorado.

Atuando à época como correspondente na China, de onde contribuía para veículos como O Globo, O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Rádio Eldorado e Rádio Guaíba, Martins levou o prêmio por sua cobertura dos famosos protestos e manifestações por mais liberdade no país, em 1989, que tiveram como “palco central” a Praça Celestial da Paz.

“Foram 45 dias de protestos, com milhões de chineses, não apenas estudantes, mas gente de todos os setores sociais”, relembra. Para cobrir os eventos, em meio à multidão, o jornalista contou que teve a ajuda de suas duas filhas, à época, estudantes no país.

“Uma percorria as três principais universidades; a outra ficava diretamente na Praça da Paz. Isso me possibilitou fazer uma cobertura com cinco ou seis mensagens diárias para os diferentes veículos, entre eles, a Rádio Eldorado, que me possibilitou o prêmio”, finalizou.

 

Serviço:

10º Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo

Inscrições: até o dia 20 de maio

Período de veiculação das matérias: de 8 de abril de 2012 a 7 de abril de 2013

Divulgação dos finalistas: edição de julho de 2013 da revista IMPRENSA

 

Modalidades:

  • Grande Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo (prêmio de 16 mil reais)
  • Jornalismo Impresso (8 mil reais)
  • Radiojornalismo (8 mil reais)
  • Telejornalismo (8 mil reais)
  • Webjornalismo (8 mil reais)
  • Fotojornalismo (4 mil reais)
  • Reportagem Cinematográfica (4 mil reais)
  • Ilustração (4 mil reais)
  • Primeira Página (4 mil reais)
  • Jornalismo Universitário (4 mil reais)
  • Cobertura Internacional (4 mil reais)
  • Destaque do ano (Homenagem)

 

Para mais informações, acesse a partir de 1º de março: premioliberobadaro.com.br

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