Entidades entregam ao governo proposta para a criação do Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores

Entidades entregam ao governo proposta para a criação do Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores 760 551 Instituto Palavra Aberta

No dia em que se completa um mês dos atentados golpistas aos Três Poderes em Brasília (DF), 8 de fevereiro, diversas entidades em defesa da liberdade de imprensa, entre elas o Palavra Aberta, estiveram na capital federal em reunião com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus).

Durante o encontro, foram entregues um dossiê sobre violência contra jornalistas durante os atos terroristas de 8 de janeiro e também as propostas para a atuação do Observatório da Violência contra Jornalistas anunciado no início do ano pelo ministro Flávio Dino. De acordo com o que foi deliberado na reunião, o órgão passa agora a chamar Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores, para abranger todos os profissionais da área que vêm sofrendo ameaças e agressões físicas no exercício de suas funções. O objetivo do observatório é monitorar e acompanhar esses casos, apoiando as investigações.

“É um grande avanço. Esperamos que o observatório ganhe de fato o status que merece pela defesa da liberdade de imprensa e pela segurança dos profissionais da área, tão fundamentais para o exercício da nossa democracia”, afirma Patricia Blanco, presidente do Palavra Aberta, que esteve na reunião.

Acesse as propostas para o observatório: Proposta Observatorio Violencia Jornalistas final.

Dossiê
De 8 a 11 de janeiro, as organizações em defesa da liberdade de imprensa registraram 45 casos de agressão física, ameaças, confisco de material de trabalho, roubos e ofensas na tentativa de impedir que os fatos fossem registrados e transmitidos pela imprensa.

Desde o fim das eleições, em 30 de outubro de 2022, um levantamento feito pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e Fenaj (Federação Nacional de Jornalistas) apontou mais de 100 casos diretamente ligados à cobertura do movimento de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro diante de quartéis e no bloqueio de rodovias.

O dossiê das organizações de imprensa traz detalhes dos 45 ataques mais recentes, preservando a identidade das vítimas.

A elaboração do documento contou com a participação de 10 organizações de defesa da liberdade de imprensa que, desde maio de 2022, no período pré-eleitoral, estão reunidas para combater a violência crescente a que estão submetidos profissionais de imprensa e comunicadores no país. O grupo é composto por Artigo 19, Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Ajor (Associação de Jornalismo Digital), Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação), Fenaj, Instituto Palavra Aberta, Instituto Vladimir Herzog, Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, Repórteres Sem Fronteiras e Tornavoz.

Acesse o dossiê: Dossiê 8 de janeiro.

*Crédito da  imagem: Vinícius Saiki/Ministério da Justiça e Segurança Pública
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