Mais uma obra de ‘osgemeos’ é apagada

Mais uma obra de ‘osgemeos’ é apagada 150 150 Instituto Palavra Aberta

Em matéria publicada na Folha de S.Paulo (1º/12), a jornalista Fernanda Mena conta que a ação de apagar os grafites na cidade de São Paulo gerou o documentário Cidade Cinza e fez a famosa dupla responder a ação municipal escrevendo no mesmo local o Inciso IX do Artigo 5º da Constituição de 1988.

Uma obra da dupla de artistas ‘osgemeos’ foi apagada pela Prefeitura de São Paulo semana passada. O grafite, feito na Praça Professor Silvio Dias da Silveira, na Vila Mariana, durou menos de duas semanas antes de ser coberto de tinta cinza.

Uma obra da dupla de artistas osgemeos foi apagada pela Prefeitura de São Paulo nesta semana. O grafite, feito na Praça Professor Silvio Dias da Silveira, na Vila Mariana, durou menos de duas semanas antes de ser coberto de tinta cinza.

É o quarto desenho dos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo que é total ou parcialmente apagado dos muros da cidade somente neste ano. A política de cobrir sistematicamente grafites com tinta cinza inspirou o documentário “Cidade Cinza”, que estreou no último dia 22 e está em circuito.

Dirigido por Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo, o filme remonta o episódio de 2008 em que a prefeitura cobriu o mural de 700 metros quadrados pintado em 2002 pelos artistas osgemeos, Nunca, Nina Pandolfo, Herbert e Vitche na ligação Leste-Oeste, via expressa que liga a Radial Leste ao Minhocão.

À época, a prefeitura disse que a cobertura do mural foi um engano. O trabalho foi posteriormente refeito e reinaugurado em dezembro de 2008 com a presença do prefeito Gilberto Kassab (PSD).

A cena é descrita em uma música inédita de Criolo, “Doum”, que faz parte da trilha sonora original do filme. “Mostramos como o trabalho desses caras é celebrado no mundo inteiro ao mesmo tempo em que suas obras são apagadas em sua terra natal”, explica Mesquita.

No mesmo ano em que o mural foi apagado em São Paulo, osgemeos e Nunca foram convidados a grafitar a fachada da Tate Modern, o principal museu de arte contemporânea de Londres. “Episódios como o de hoje só deixam claro que isso está longe de ser uma história do passado”, avalia o diretor.

Procurada, a Subprefeitura Vila Mariana informou por meio de nota que vai “verificar o que aconteceu com o grafite”.

Histórico

Além do mural apagado em 2008, outras obras de rua da dupla já foram alvos das tintas cinza. Entre abril e maio deste ano, três grafites dos irmãos Pandolfo, pintados sob o viaduto Leste-Oeste, no bairro do Glicério, foram apagados por engano pela prefeitura.

Em junho, um grafite de protesto dos artistas foi apagado na praça Roosevelt. A imagem citava a canção “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, e não durou uma semana.

No mês seguinte, outra obra que fazia referência aos protestos foi repintada parcialmente. O grafite, que ficava próximo à avenida 23 de Maio, era acompanhado da frase “Vinagre é crime”.

Em fevereiro de 2012, um grafite gigante da dupla no Anhangabaú foi apagado. A obra havia sido produzida em 2009, ano em que um espetáculo feito com bonecos desenhados pelos irmãos iluminou a cidade durante a peça francesa “O Estrangeiro”.

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