Discussão sobre o politicamente correto domina último painel do seminário promovido pelo Instituto Millenium

Discussão sobre o politicamente correto domina último painel do seminário promovido pelo Instituto Millenium 150 150 Instituto Palavra Aberta

O Globo Online – Rio de Janeiro/RJ – PAÍS – 16/03/2011

Henrique Gomes Batista e Carla Rocha – O Globo

No seminário Liberdade em debate, David Harsanyi, autor do livro O Estado Babá, faz a palestra de abertura – Foto de André Teixeira

RIO – A discussão sobre a onda do politicamente correto dominou o último painel do seminário o “Liberdade em debate”, promovido pelo Instituto Millenium, no Hotel Windsor em Copacabana. O historiador Leandro Narloch, autor do best-seller O guia politicamente incorreto da história do Brasil, afirmou que o patrulhamento ideológico reduz as questões e citou como exemplo o fato de que os negros sempre serem citados comovítimas da escravidão ou heróis de uma época. Em seu livro, ele mostrou que a história tem uma complexidade muito maior e que alguns negros tinham escravos, por exemplo. ( Acompanhe ao vivo o seminário do Instituto Millenium )

– Eu recebi até alguns emails de negros me agradecendo porque tirou deles um peso histórico. O Zumbi tinha escravos. No meio disso, há uma mensagem politicamente correta: a historiografia anterior, tradicional, só dava duas possibilidades: o negro aceitava todas as agressões calado ou era herói e rebelde. O que se sabe, na verdade, é que havia tantas identidades indigenas e negras quantos eles próprios. Tinha de tudo. Era comum alguns senhores darem armas para negros fazerem a segurança das fazendas. A historiografia anterior não os via como gente inteligente, capaz de traçar suas estratégias de acordo com seus objetivos – afirmou Narloch, acrescentando: – Na verdade, costumo dizer brincando que sou uma farsa. Sou defensor de alguns princípios politicamente corretos como o respeito à faixa dos pedestres, por exemplo.

Outro convidado do debate, mediado pela jornalista Mônica Wadvogel, o humorista Marcelo Tas, defendeu que lutar contra o politicamente correto é preservar a saúde mental.

– A gente vive hoje um momomento em que há uma pressão muito grande para ser correto em tudo. Eu acho que nós jornalistas temos muita responsabilidade nisso porque costumamos nos comportar como enviados de Deus, pessoas que nunca erram, Somos os donos da verdade. Isso é uma grande falha trágica. Este entendimento de que há um mundo correto e outro incorreto. Ficamos nos extremos. O extremismo é uma doença, Sou radical e gosto de pessoas que são radicais, que estudam uma questão na raiz. Mas longe dos extremos. O humor para mim é uma maneira de a gente se vacinar contra o politicamente correto – afirmou Tas, que também é jornalista.

O jornalista, blogueiro e colunista da Veja, Reinaldo Azevedo, lembrou que o grande valor da democracia é negativo, ou seja, é a possibilidade de se negar o consenso ou a norma dominante. E, ao se referir às ideias dominantes sobre temas rotineiros como o hábito de fumar, ele foi categórico:

– Eu tenho medo das pessoas que dizem que querem te salvar da gordura, da poluição, do cigarro, da bebida…Querem nos colocar numa bolha moral, onde não há vida – observou.

Ele chamou a atenção também para o fato de o conceito do politicamente correto atingir discussões importantes como a questão das cotas para negros em universidades.

– Não há um jurista capaz de defender as cotas sob a luz da Constituição que prega a igualdade entre os cidadãos. Mas se a gente for discutir o problema, é tachado de racista. Não se considera que estamos enfocando aspectos legais ou filosóficos – disse.

Para Rodrigo Constantino, economista e articulista do Globo, também enfatizou a existência de uma ditadura do politicamente correto:

– Há iniciativas dessa turma da ditadura do politicamente correto para calar a oposição. Quando o governo se arroga o direito de definir o discurso de todos estamos a um passo do totalitarismo. O regime democrático tem que garantir o direito de uma minoria frente a uma maioria. Quando falamos em direito de expressão isto implica também em ouvir opiniões com as quais não concordamos que, na nossa subjetividade, podemos achar sórdidas ou chocantes.

No centro dos debates, críticas à intervenção do Estado

O seminário “Liberdade em Debate – Democracia e Liberdade de Expressão”, teve como centro dos debates as críticas à intervenção do Estado na sociedade. Autor do livro “O Estado Babá – Como radicais, bons samaritanos, moralistas e outros burocratas cabeças-duras tentam infantilizar a sociedade”, David Harsanyi afirmou que a estrutura de muitas leis restritivas à vida cotidiana, como a proibição a cigarros e alimentos com gordura trans, acaba por limitar a liberdade de escolha.

” O excesso de regras e restrições infantiliza a sociedade ”

Durante a palestra de abertura do seminário, Harsanyi explicou que os excessos existentes nos Estados Unidos limitam a capacidade das crianças que crescem nestes ambientes, e acabam por infantilizar a sociedade. Como exemplos estão a restrição ao fumo em ambientes fechados em Nova York, mesmo em locais privados, e, em São Francisco, as leis que tutelam como as pessoas cuidam de seus animais de estimação.

– Vi todas essas coisas acontecendo e percebi que, isoladamente, estas restrições não parecem ruins. Mas, quando vemos o todo, o conjunto destes mini-ataques à liberdade, vemos que o problema é muito maior, que não tem a ver com ideologia, com esquerda e com direita, mas com um problema que afeta toda a sociedade – disse o escritor.

– O excesso de regras e restrições infantiliza a sociedade – completou.

O americano afirmou que nos Estados Unidos, em geral, as leis restritivas são criadas por governos e comunidades locais, mas, segundo ele, a gestão de Barack Obama ampliou o conceito de “Estado babá” .

Na abertura do seminário Liberdade em Debate – Democracia e Liberdade de Expressão, o diretor do Instituto Millenium, Paulo Uebel, defendeu a liberdade e a melhoria da educação como forma de reforçar a democracia no Brasil – Foto de André Teixeira

– Por causa de um único garoto que se afogou, foi criada uma lei que cria um sistema de fiscalização em todas as piscinas. O custo é impressionante – disse.

O diretor do Instituto Millenium, Paulo Uebel, por sua vez, alertou que as restrições impostas pelo Estado não impedem a corrupção e ineficiência. Para ele, a liberdade de expressão e a melhoria da educação podem reforçar a democracia no Brasil.

– Os países em que mais há restrições e censura são os países em que há mais corrupção e ineficiência – afirmou Uebel.

O doutor em direito público, Gustavo Binenbojm, procurador do estado e conselheiro da OAB-RJ, disse que ainda existe uma dicotomia entre liberdade e regulação por causa da cultura oficialista do Brasil que acredita mais no poder de decisão do estado do que no julgamento e no bom senso dos indivídios em decidir o que é melhor para eles.

– Isso se consubstancia na forma de censura e medidas restritivas da liberdade de escolha do cidadão. Um exemplo disso foram as restrições feitas aos programas de humor durante o período eleitoral. Felizmente, o Supremo Tribunal Federal defendeu a liberdade de expressão e o direito das pessoas à informação – disse Binenbojm, que foi autor da ação contra a medida no STF.

Restrição a blocos no Rio é para tutelar vida das pessoas, diz cientista político

Para o cientista político Alexandre Barros, a proposta da Prefeitura do Rio de diminuir o número de blocos de carnaval é também um exemplo da tentativa de tutelar a vida das pessoas . Segundo ele, o eventual choque entre o direito à liberdade de expressão dos e o direito de ir e vir das outras pessoas, que acabam afetadas pelos blocos de rua, não chega a ser um problema em si:

– Carnaval ocorre em quatro dias por ano e é, de certa maneira, a ausência de regras. Se a prefeitura decide que só dará autorização para blocos antigos, ela diz que proibirá os novos e impedirá a renovação do carnaval – disse, lembrando que tão importante quanto a liberdade de pensamento é garantir a funcionabilidade desta liberdade.

” O Estado tem que resgatar sua função de servir ao público ”

O economista, sociólogo e diplomata Marcos Troyjo, por sua vez, destacou que num momento de transformação tecnológica, o estado tem de ter um papel de farol neste processo, não de “babá” ou de “babão”:

– A tecnologia terá uma importância brutal de como a democracia e a liberdade de expressão vão evoluir nos próximos 25, 30 anos – afirmou.

Já Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo Estado, afirmou que a sociedade está evoluindo na consolidação da democracia e do seu direito de livre arbítrio. Otimista, ele acredita que o momento é ideal para que o Estado volte a sua função primordial:

– O Estado tem que resgatar sua função de servir ao público – disse.

Excesso de regulamentação publicitária no Brasil prejudica competitividade

A presidente executiva do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, criticou nesta quarta-feira, o excesso de regulamentação publicitária no país – André Teixeira/ O Globo

O excesso de regulamentação publicitária no país ainda foi tema de debate no evento. A presidente executiva do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, chamou a atenção para o fato de que a pesada ação sobre o setor acaba tenho um reflexo negativo nos negócios do país.

– Em especial na comparação com outros países, o Brasil fica com a sua competitividade prejudicada. A competição se torna difícil nesses circunstâncias. Daí a necessidade urgente de se diminuir a carga regulatória – afirmou.

” O consumidor não pode ser tratado como idiota, incapaz de discernir o que é melhor para ele ”

O acadêmico Pedro Paulo Cristofaro, especialista em direito regulatório, lembrou que a Constituição brasileira consagra o regime de livre concorrência como o sistema econômico do país. No entanto, disse ele, isto não é respeitado pelos reguladores, que não estão afinados com o texto constitucional. Ele afirmou que o estado age não só como babá do cidadão, mas como curador:

– A babá cuida da criança. O curador cuida do deficiente mental. O consumidor não pode ser tratado como idiota, incapaz de discernir o que é melhor para ele.

Discussão sobre o politicamente correto domina último painel do seminário promovido pelo Instituto Millenium

O Globo Online – Rio de Janeiro/RJ – PAÍS – 16/03/2011 – 19:03:00

Henrique Gomes Batista e Carla Rocha – O Globo

No seminário Liberdade em debate, David Harsanyi, autor do livro O Estado Babá, faz a palestra de abertura - Foto de André Teixeira

RIO – A discussão sobre a onda do politicamente correto dominou o último painel do seminário o “Liberdade em debate”, promovido pelo Instituto Millenium, no Hotel Windsor em Copacabana. O historiador Leandro Narloch, autor do best-seller O guia politicamente incorreto da história do Brasil, afirmou que o patrulhamento ideológico reduz as questões e citou como exemplo o fato de que os negros sempre serem citados comovítimas da escravidão ou heróis de uma época. Em seu livro, ele mostrou que a história tem uma complexidade muito maior e que alguns negros tinham escravos, por exemplo. ( Acompanhe ao vivo o seminário do Instituto Millenium )

– Eu recebi até alguns emails de negros me agradecendo porque tirou deles um peso histórico. O Zumbi tinha escravos. No meio disso, há uma mensagem politicamente correta: a historiografia anterior, tradicional, só dava duas possibilidades: o negro aceitava todas as agressões calado ou era herói e rebelde. O que se sabe, na verdade, é que havia tantas identidades indigenas e negras quantos eles próprios. Tinha de tudo. Era comum alguns senhores darem armas para negros fazerem a segurança das fazendas. A historiografia anterior não os via como gente inteligente, capaz de traçar suas estratégias de acordo com seus objetivos – afirmou Narloch, acrescentando: – Na verdade, costumo dizer brincando que sou uma farsa. Sou defensor de alguns princípios politicamente corretos como o respeito à faixa dos pedestres, por exemplo.

Outro convidado do debate, mediado pela jornalista Mônica Wadvogel, o humorista Marcelo Tas, defendeu que lutar contra o politicamente correto é preservar a saúde mental.

– A gente vive hoje um momomento em que há uma pressão muito grande para ser correto em tudo. Eu acho que nós jornalistas temos muita responsabilidade nisso porque costumamos nos comportar como enviados de Deus, pessoas que nunca erram, Somos os donos da verdade. Isso é uma grande falha trágica. Este entendimento de que há um mundo correto e outro incorreto. Ficamos nos extremos. O extremismo é uma doença, Sou radical e gosto de pessoas que são radicais, que estudam uma questão na raiz. Mas longe dos extremos. O humor para mim é uma maneira de a gente se vacinar contra o politicamente correto – afirmou Tas, que também é jornalista.

O jornalista, blogueiro e colunista da Veja, Reinaldo Azevedo, lembrou que o grande valor da democracia é negativo, ou seja, é a possibilidade de se negar o consenso ou a norma dominante. E, ao se referir às ideias dominantes sobre temas rotineiros como o hábito de fumar, ele foi categórico:

– Eu tenho medo das pessoas que dizem que querem te salvar da gordura, da poluição, do cigarro, da bebida…Querem nos colocar numa bolha moral, onde não há vida – observou.

Ele chamou a atenção também para o fato de o conceito do politicamente correto atingir discussões importantes como a questão das cotas para negros em universidades.

– Não há um jurista capaz de defender as cotas sob a luz da Constituição que prega a igualdade entre os cidadãos. Mas se a gente for discutir o problema, é tachado de racista. Não se considera que estamos enfocando aspectos legais ou filosóficos – disse.

Para Rodrigo Constantino, economista e articulista do Globo, também enfatizou a existência de uma ditadura do politicamente correto:

– Há iniciativas dessa turma da ditadura do politicamente correto para calar a oposição. Quando o governo se arroga o direito de definir o discurso de todos estamos a um passo do totalitarismo. O regime democrático tem que garantir o direito de uma minoria frente a uma maioria. Quando falamos em direito de expressão isto implica também em ouvir opiniões com as quais não concordamos que, na nossa subjetividade, podemos achar sórdidas ou chocantes.

No centro dos debates, críticas à intervençãodo EstadoO seminário “Liberdade em Debate – Democracia e Liberdade de Expressão“, teve como centro dos debates as críticas à intervenção do Estado na sociedade. Autor do livro “O Estado Babá – Como radicais, bons samaritanos, moralistas e outros burocratas cabeças-duras tentam infantilizar a sociedade”, David Harsanyi afirmou que a estrutura de muitas leis restritivas à vida cotidiana, como a proibição a cigarros e alimentos com gordura trans, acaba por limitar a liberdade de escolha.

O excesso de regras e restrições infantiliza a sociedade

Durante a palestra de abertura do seminário, Harsanyi explicou que os excessos existentes nos Estados Unidos limitam a capacidade das crianças que crescem nestes ambientes, e acabam por infantilizar a sociedade. Como exemplos estão a restrição ao fumo em ambientes fechados em Nova York, mesmo em locais privados, e, em São Francisco, as leis que tutelam como as pessoas cuidam de seus animais de estimação.

– Vi todas essas coisas acontecendo e percebi que, isoladamente, estas restrições não parecem ruins. Mas, quando vemos o todo, o conjunto destes mini-ataques à liberdade, vemos que o problema é muito maior, que não tem a ver com ideologia, com esquerda e com direita, mas com um problema que afeta toda a sociedade – disse o escritor.

– O excesso de regras e restrições infantiliza a sociedade – completou.

O americano afirmou que nos Estados Unidos, em geral, as leis restritivas são criadas por governos e comunidades locais, mas, segundo ele, a gestão de Barack Obama ampliou o conceito de “Estado babá” .

Na abertura do seminário Liberdade em Debate - Democracia e Liberdade de Expressão, o diretor do Instituto Millenium, Paulo Uebel, defendeu a liberdade e a melhoria da educação como forma de reforçar a democracia no Brasil - Foto de André Teixeira

– Por causa de um único garoto que se afogou, foi criada uma lei que cria um sistema de fiscalização em todas as piscinas. O custo é impressionante – disse.

O diretor do Instituto Millenium, Paulo Uebel, por sua vez, alertou que as restrições impostas pelo Estado não impedem a corrupção e ineficiência. Para ele, a liberdade de expressão e a melhoria da educação podem reforçar a democracia no Brasil.

– Os países em que mais há restrições e censura são os países em que há mais corrupção e ineficiência – afirmou Uebel.

O doutor em direito público, Gustavo Binenbojm, procurador do estado e conselheiro da OAB-RJ, disse que ainda existe uma dicotomia entre liberdade e regulação por causa da cultura oficialista do Brasil que acredita mais no poder de decisão do estado do que no julgamento e no bom senso dos indivídios em decidir o que é melhor para eles.

– Isso se consubstancia na forma de censura e medidas restritivas da liberdade de escolha do cidadão. Um exemplo disso foram as restrições feitas aos programas de humor durante o período eleitoral. Felizmente, o Supremo Tribunal Federal defendeu a liberdade de expressão e o direito das pessoas à informação – disse Binenbojm, que foi autor da ação contra a medida no STF.

Restrição a blocos no Rio é para tutelar vida das pessoas, diz cientista políticoPara o cientista político Alexandre Barros, a proposta da Prefeitura do Rio de diminuir o número de blocos de carnaval é também um exemplo da tentativa de tutelar a vida das pessoas . Segundo ele, o eventual choque entre o direito à liberdade de expressão dos e o direito de ir e vir das outras pessoas, que acabam afetadas pelos blocos de rua, não chega a ser um problema em si:

– Carnaval ocorre em quatro dias por ano e é, de certa maneira, a ausência de regras. Se a prefeitura decide que só dará autorização para blocos antigos, ela diz que proibirá os novos e impedirá a renovação do carnaval – disse, lembrando que tão importante quanto a liberdade de pensamento é garantir a funcionabilidade desta liberdade.

O Estado tem que resgatar sua função de servir ao público

O economista, sociólogo e diplomata Marcos Troyjo, por sua vez, destacou que num momento de transformação tecnológica, o estado tem de ter um papel de farol neste processo, não de “babá” ou de “babão”:

– A tecnologia terá uma importância brutal de como a democracia e a liberdade de expressão vão evoluir nos próximos 25, 30 anos – afirmou.

Já Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo Estado, afirmou que a sociedade está evoluindo na consolidação da democracia e do seu direito de livre arbítrio. Otimista, ele acredita que o momento é ideal para que o Estado volte a sua função primordial:

– O Estado tem que resgatar sua função de servir ao público – disse.

Excesso de regulamentação publicitária no Brasil prejudica competitividade

A presidente executiva do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, criticou nesta quarta-feira, o excesso de regulamentação publicitária no país - André Teixeira/ O Globo

O excesso de regulamentação publicitária no país ainda foi tema de debate no evento. A presidente executiva do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, chamou a atenção para o fato de que a pesada ação sobre o setor acaba tenho um reflexo negativo nos negócios do país.

– Em especial na comparação com outros países, o Brasil fica com a sua competitividade prejudicada. A competição se torna difícil nesses circunstâncias. Daí a necessidade urgente de se diminuir a carga regulatória – afirmou.

O consumidor não pode ser tratado como idiota, incapaz de discernir o que é melhor para ele

O acadêmico Pedro Paulo Cristofaro, especialista em direito regulatório, lembrou que a Constituição brasileira consagra o regime de livre concorrência como o sistema econômico do país. No entanto, disse ele, isto não é respeitado pelos reguladores, que não estão afinados com o texto constitucional. Ele afirmou que o estado age não só como babá do cidadão, mas como curador:

– A babá cuida da criança. O curador cuida do deficiente mental. O consumidor não pode ser tratado como idiota, incapaz de discernir o que é melhor para ele.

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