Liberdade de imprensa em baixa

Liberdade de imprensa em baixa 550 345 Instituto Palavra Aberta

Relatório anual da organização Freedom House registra que, em 2014, a liberdade de imprensa no mundo caiu ao seu nível mais baixo em 15 anos.

Levantamento realizado em 199 países aponta que 63 mantêm uma relação de liberdade com os meios de comunicação (32%), 65 não dispõem de liberdade (32%) e os outros 71 são parcialmente livres (36%). Esses dados revelam que o uso crescente de leis restritivas, pela violência física contra os jornalistas e pela pressão gerada pela propriedade estatal dos meios de comunicação.

Jennifer Dunham, principal autora do relatório anual elaborado pela organização Freedom House, diz que “apenas 14% dos habitantes do mundo, um de cada sete, vivem em países onde há uma imprensa livre”, informou. Em nível global, a nota média da liberdade de imprensa é de 48,5, seu nível mais baixo desde 1999. “Houve um declínio em todas as regiões do mundo, exceto na África Subsaariana, que melhorou ligeiramente”.

O estudo, elaborado desde 1980 pela Freedom House – ONG fundada em 1941, com sede em Washington, e que realiza estudos sobre democracia, liberdade política e direitos humanos –, revelou que a Grécia é o país onde a liberdade de imprensa mais se deteriorou entre 2010 e 2014, com 21 pontos a menos em uma escala de cem. A pontuação utilizada tem como base o zero (0), que é o máximo de liberdade, e 100 para o mínimo.

No ano passado, os países mais afetados foram Líbia e Tailândia (73 e 75 pontos, respectivamente), Sudão do Sul (68), Egito (73), Grécia (51), Hong Kong (41) e Honduras (41). Na América Latina, Peru (47) e Venezuela (81) sofreram queda considerável. Nos Estados Unidos, o índice de liberdade de imprensa baixou um ponto, até 22, e deve-se às “detenções, assédio e duro tratamento aos jornalistas por parte da polícia durante os protestos de agosto em Ferguson (Missouri)”, indica a Freedom House.

A mídia brasileira, conforme o relatório, enfrenta ameaças de violência e de impunidade, além de censura judicial, indicativos estes que fizeram o Brasil cair dois pontos, até 45.

Segundo a Freedom House, uma das principais razões do declive global é a aprovação, em vários países, de leis de segurança ou segredo oficial que estabelecem novos limites à liberdade de expressão, como Tailândia, Turquia e Rússia, além das detenções de jornalistas no Azerbaijão, Egito e Etiópia. Outros fatores são o crescente número de áreas inacessíveis para os jornalistas: as controladas pelo Estado Islâmico (EI), na Síria e no Iraque, e as ameaças e a violência contra jornalistas registradas no México e parte da América Central.

A concentração de meios de comunicação em poder do Estado e o uso de propaganda mais agressiva para intimidar jornalistas independentes são elementos detectados na Rússia, Venezuela e China.

Os países com mais liberdade de imprensa no mundo são Noruega e Suécia, com 10 pontos cada um, enquanto as piores pontuações são de Coréia do Norte (97), Uzbequistão (95), Turcomenistão (95), Eritréia (94), Crimeia (94), Belarus (93), Cuba (91), Síria (90) e o Irã (90).

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