Novas tecnologias, novas restrições à liberdade de expressão

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Unesco alerta que as novas tecnologias também fazem surgir novas ameaças, como a censura na Internet

“A liberdade de expressão é essencial para a dignidade, o diálogo, a democracia e o desenvolvimento sustentável”, disse a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, que apelou para um maior compromisso no apoio à liberdade de imprensa, no lançamento do relatório Tendências Mundiais da Liberdade de Expressão e do Desenvolvimento dos Meios de Comunicação, em Estocolmo, na Suécia.

Embora o progresso tecnológico e modelos de negócios inovadores tenham expandido as oportunidades de liberdade de expressão, estes também têm permitido novas ameaças, como a censura na Internet, alertou a Unesco. “Precisamos agir firmemente para fortalecer os quadros legislativos de cada país, treinar jornalistas para desenvolver a capacidade e o avanço dos meios de comunicação e da informação. Temos que continuar a apoiar a independência da mídia, promovendo padrões profissionais e de autoregulamentação”, ressaltou Irina.

O relatório da agência da ONU elogia as oportunidades que as novas tecnologias proporcionaram aos indivíduos, mas, ao mesmo tempo, adverte sobre o aumento do controle de conteúdo online por intermediários da Internet, tais como sites de busca e redes sociais, que ameaçam a transparência no fluxo livre de informação e levantam preocupações sobre a “privatização da censura”.

Segundo a Unesco, os jornalistas e usuários da Internet enfrentam novas ameaças relacionadas com a sua segurança na esfera digital, com foco especial na mídia global e nas dimensões de gênero da liberdade de imprensa. O estudo foi liderado pela Unesco em parceria com um grupo consultivo de 27 especialistas internacionais da sociedade civil e do meio acadêmico, com o apoio do governo da Suécia. Ele analisa as tendências da liberdade de imprensa no mundo desde 2007, a partir de quatro ângulos: a liberdade, o pluralismo, a independência e a segurança dos jornalistas.

O relatório revela que, apesar do contínuo domínio econômico de várias empresas de comunicação, que estão nos meios tradicionais e online, a grande expansão das fontes de informação e plataformas têm tido um impacto positivo para o pluralismo da mídia.

No entanto, a liberdade de imprensa “perdeu força em algumas regiões que viveram transições políticas”, adverte a Unesco, acrescentando que “exclusividade e autocensura continuam a ser desafios para jornalistas em todo o mundo”.

* Fonte: site português Diário Digital

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