Organizações da sociedade civil alertam sobre ações judiciais contra jornalista de Santa Catarina

Organizações da sociedade civil alertam sobre ações judiciais contra jornalista de Santa Catarina 760 505 Instituto Palavra Aberta

O Instituto Palavra Aberta e outras 21 organizações da sociedade civil divulgaram, nesta quarta-feira (15.mar.2023), uma nota coletiva na qual expressam preocupação com seis processos judiciais movidos contra a repórter Schirlei Alves, de Santa Catarina. Os autores dessas ações são um juiz, um promotor de justiça e um advogado.

Entidades ligadas à defesa da liberdade de imprensa e ao direito das mulheres avaliam o cerco judicial como uma forma de intimidar jornalistas.

Em 2020, a repórter era freelancer do site The Intercept Brasil e revelou um escândalo: o julgamento de Mariana Ferrer, influenciadora digital humilhada durante uma audiência sobre o estupro que sofreu. “Foi a partir da reportagem de Schirlei Alves que o caso foi amplamente debatido e culminou na aprovação da Lei Federal nº 14.425/2021, conhecida como Lei Mariana Ferrer, que protege vítimas e testemunhas de crimes sexuais no contexto de julgamentos”, explica o documento.

Os processos em Santa Catarina foram movidos pelos personagens envolvidos na matéria: o advogado do empresário acusado pelo estupro, o promotor de Justiça que atuou no caso e o juiz que deu a sentença final.

O caso de Schirlei Alves corre em segredo de Justiça. As entidades feministas e as organizações que defendem jornalistas sinalizam preocupação com o fato de as pessoas interessadas na causa fazerem parte do ciclo jurídico do Estado. O site também está sendo processado pelos mesmos autores em três ações cíveis.

A nota ressalta que a “conduta do juiz e do promotor do caso ainda está sob análise dos respectivos órgãos disciplinares de suas categorias, o Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Nacional do Ministério Público”. E que “ambos buscam inverter os polos, colocando-se na posição de vítimas do jornalismo”.

A íntegra do texto está aqui.

Além do Palavra Aberta, a nota é assinada pelas seguintes organizações: Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), Artigo 19, AzMina, Católicas Pelo Direito de Decidir, Cfemea – Centro Feminista de Estudos e Assessoria, CLADEM/Brasil, Escreva Lola Escreva, Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Instituto Patrícia Galvão, Instituto Vladimir Herzog, Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, Jornalistas contra o assédio, O Joio e O Trigo, Portal Catarinas, Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadoras com Visão de Gênero e Raça (RIPVG- Brasil), Rede Nacional de Proteção de Jornalistas e Comunicadores, Repórteres Sem Fronteiras, Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina, Themis – Gênero, Justiça e Direitos e Tornavoz.

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