Imprensa Jovem comemora 18 anos reforçando a importância do jornalismo em escolas públicas de SP

Imprensa Jovem comemora 18 anos reforçando a importância do jornalismo em escolas públicas de SP 1001 563 Instituto Palavra Aberta

* Jonas Santana é analista de comunicação do Instituto Palavra Aberta

A Câmara Municipal de São Paulo comemorou, na última sexta-feira (8), os 18 anos do programa Imprensa Jovem. O evento contou com a presença de autoridades, professores, alunos, artistas e entidades da sociedade civil, como o Instituto Palavra Aberta.

O projeto surgiu em 2005, em uma escola municipal na zona leste da cidade de São Paulo com a concepção do professor Carlos Lima, atual coordenador do Núcleo de Educomunicação da prefeitura da capital paulista.

Com quase 100 mil estudantes beneficiados da rede de ensino municipal, a iniciativa se destaca como uma das principais práticas de educação midiática e informacional na América Latina e no Caribe. Desde 2020, também tem o reconhecimento da Unesco, como contou Maria Rehder, representante da entidade, durante o evento.

Inicialmente, o Imprensa Jovem era voltado somente a alunos do ensino fundamental. Com a criação do Imprensa Jovenzinha, coordenado pela professora Claudia Santos, também foi estendido às crianças da educação infantil. Hoje, o programa está presente em 385 escolas públicas da cidade e atende sete mil estudantes.

Os alunos desenvolvem habilidades de educação midiática e ampliam canais de comunicação com a sua comunidade, além de produzir informações relevantes a partir de atividades como radioescola, produção audiovisual, jornal, mídias sociais e fotografia.

Durante o evento, o vereador Eliseu Gabriel anunciou que já tramitam na Câmara Municipal dois projetos de lei que pretendem ampliar e valorizar a iniciativa. Enquanto o PL 666/23 pretende incluir no calendário da cidade a Semana Municipal da Imprensa Jovem, o PL 673/23 prevê instituir de fato o programa no município. 

#FakeToFora 

Na mesa sobre cartografias das práticas educomunicativas, as professoras da EMEF M’Boi Mirim II Rita Baccari Martinez e Andréa Dourado compartilharam como surgiu o projeto “Detetives das Fake News”, vencedor do Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos na categoria Unidade Educacional.

Elas contaram que o Instituto Palavra Aberta, por meio do #FakeToFora, apoiaram a iniciativa com a formação de educadores e estudantes da unidade para que pudessem combater a desinformação com a checagem de notícias, o que acabou impactando toda a comunidade escolar.

“Nós começamos um ‘trabalho de formiguinha’ onde os nossos estudantes que receberam essa formação inicial passaram a ser os transformadores também dentro do nosso território”, disse Andréa, que leciona história.

O #FakeToFora foi desenvolvido pelo Palavra Aberta, por meio do EducaMídia e com apoio de instituições da sociedade civil, com o objetivo de promover em contexto eleitoral a importância da leitura crítica das informações que consumidos. O projeto surge a partir do entendimento de que nossa responsabilidade como produtores e disseminadores de conteúdo é um dos caminhos para fortalecer a democracia.

A formação é composta por módulos alinhados à proposta de itinerários formativos do Novo Ensino Médio. O curso oferece a metodologia para que os estudantes criem um coletivo ou clube de checagem, em que terão a oportunidade de praticar a leitura reflexiva das informações habitualmente.

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