Bem bolado: liberdade de expressão, comunicação e mercado

Bem bolado: liberdade de expressão, comunicação e mercado 550 345 Instituto Palavra Aberta

O sucesso alcançado com o seminário Comunicação & Mercado no Brasil: Desafios e Oportunidades, realizado no dia 29, no Rio de Janeiro, marcou o lançamento da Cátedra Liberdade de Expressão.

O evento mobilizou professores, alunos e o público em geral, que lotaram o auditório do Ibmec Rio para assistir o seminário que reuniu importantes convidados. Na pauta, temas relevantes: liberdade de expressão, comunicação e mercado brasileiro. Organizado no dia 29, no Rio de Janeiro, marcou o lançamento, inédito no País, da Cátedra Ibmec Palavra Aberta de Liberdade de Expressão, que terá foco em estudos voltados para a democracia e a liberdade.

A ministra Cármen Lúcia (STF) no painel O que é e o que garante a liberdade? enfatizou que sem imprensa livre não existem eleições. E foi mais adiante: defendeu uma discussão profunda sobre a relação entre liberdade e privacidade. “Temos a invasão de privacidade e a evasão de privacidade. A pessoa vai à Igreja fazer uma doação para o padre e quer que aquilo seja divulgado e publicado. Mas não quer aparecer quando namora escondido. E o jornalista não vai parar na hora que essa pessoa quer”. A ministra ressaltou a diferença entre a liberdade, “uma conquista permanente”, e o direito à liberdade, “que é a concretização da liberdade”.

O professor Eugênio Bucci (USP), por sua vez, lembrou que a liberdade “não é negociável” cabendo ao Estado mediar direitos que se entrelaçam. Sustentou que liberdade e privacidade não são excludentes e, ao contrário, a privacidade é uma conquista da liberdade. “Não podemos cair na armadilha de acreditar que a liberdade é relativa por força da privacidade”, argumentou sob o olhar do diretor do Ibmec, Fernando Schüler, que mediou o painel.

Seguindo pelo mesmo viés do debate anterior, mas incluindo a livre iniciativa, comunicação e o mercado nacional, o presidente do Grupo Abril, Fábio Barbosa, ressaltou a liberdade de expressão no setor publicitário. A propaganda, disse o executivo, é fundamental para que os consumidores decidam o que comprar, servindo como apoio para a imprensa. “A publicidade apoia a imprensa, que viabiliza a democracia. Esse tripé é fundamental. Não podemos ter uma democracia sem a imprensa livre. É a imprensa que deve vigiar o Estado, e não o contrário”, afirmou.

Paulo Tonet Camargo, VP de Relações Institucionais das Organizações Globo, disse que o processo de democratização vem modelando o conceito de liberdade como um valor para o cidadão. “A liberdade é um valor que só percebemos quando dela sentimos falta. Na ditadura, o Estado achava que sabia o que era bom para o cidadão. A Constituinte foi uma conquista, mas o Estado sempre cai na tentação de conspirar contra nós: no Congresso tramitam 28 mil projetos de lei. São tutelas do Estado na vida do cidadão.”

Ao lado do diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais do Google Brasil, Marcel Leonardi, que também participou desse debate, a presidente do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, encerrou o evento alertando que “a defesa da liberdade de expressão é uma luta cotidiana porque todos os dias aparecem novos desafios”.

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Fotos: Fernando Alvim.

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