Combater a desinformação é garantir inclusão social, dizem especialistas

Combater a desinformação é garantir inclusão social, dizem especialistas 1024 642 Instituto Palavra Aberta

📸: Supremo Tribunal Federal

A educação midiática e informacional e a checagem de fatos são fundamentais para a inclusão social e para o aprimoramento da democracia, sobretudo em períodos eleitorais. Essa é uma das conclusões o segundo painel de conversas promovidas dentro da programação de lançamento do Programa de Combate à Desinformação do Supremo Tribunal Federal (STF), realizado na manhã desta quinta-feira (19).

Participaram do painel a presidente-executiva do Instituto Palavra Aberta, Patricia Blanco; a professora Ana Regina Rêgo, da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCd); o professor Ivan Paganotti, do Curso Vaza Falsiane; e Heloísa Massaro, diretora do InternetLab.

A presidente-executiva do Palavra Aberta apresentou o programa “#FakeToFora: quem vota se informa”, do EducaMídia, um site e plano de aula de educação midiática para jovens do instituto voltado especificamente para o período eleitoral. “Nós acreditamos que o cidadão bem informado, empoderado, que saiba reconhecer os seus direitos, também vai defender a democracia e vai se colocar como um cidadão autônomo e independente, apto a fazer escolhas melhores e atuar como um agente responsável no combate à desinformação”, disse Patricia.

Apesar de ser voltado às eleições, o “#FakeToFora”, segundo a executiva do Palavra Aberta, tem uma “camada adicional”, de educação para a democracia. De acordo com ela, no atual cenário repleto de desinformação e discurso de ódio, os jovens são nativos digitais, mas também inocentes digitais. Patricia lembrou que, segundo a OCDE, 7 em cada 10 jovens brasileiros de 15 anos não sabem diferenciar fatos de opinião.

A executiva salientou que o problema da desinformação afeta a toda população, e não apenas os mais jovens. “Temos uma necessidade de atuar principalmente para combater o que a gente chama de baixo letramento informacional e midiático da população. Este baixo letramento é um fator de exclusão social, econômica e de participação cívica. Por isso, a educação midiática é tão urgente e necessária. Como um fator de inclusão social e inclusão democrática.”

A professora Ana Regina Rêgo, por sua vez, destacou que, se a desinformação é algo tão nocivo à sociedade, também é importante frisar o alto grau de preocupação das pessoas diante das falsidades e de outras publicações nocivas na internet, o que fortalece a resiliência de frentes como a lançada nesta semana pelo STF.

Heloísa Massaro, diretora do InternetLab, disse que é preciso reverter a crise de confiança nas instituições que contribui para o cenário desinformativo. “O conceito de política é sempre associado a algo negativo e não como parte da cidadania”, ressaltou, sendo necessário criar um ambiente íntegro, saudável e seguro para reduzir o risco de exclusão.

O professor Ivan Paganotti, co-criador do curso online “Vaza, Falsiane!”, afirmou que a melhor forma de lidar com a desinformação é educar e treinar o público para melhor consumir e compartilhar notícias.

 

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