Notícias

Mantenha-se informado sobre liberdade de expressão, de imprensa e temas relacionados

O papel das instituições na democracia
O papel das instituições na democracia 630 345 Instituto Palavra Aberta
Uma aula seguida de debate reuniu, nesta sexta-feira (9), no Insper, em São Paulo, convidados para abordarem o tema da pesquisa apresentada pela Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
ABERT elege novo presidente
ABERT elege novo presidente 630 345 Instituto Palavra Aberta
Por unanimidade, o Conselho Superior da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão elegeu, nesta terça (30), o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo, para o biênio 2016-2018.
Observatório da Imprensa
Observatório da Imprensa 640 394 Instituto Palavra Aberta
Com 20 anos de Internet e 18 na TV, projeto idealizado pelo jornalista Alberto Dines lança campanha de financiamento coletivo, que se encerra em outubro.
Projeto Censura em Cena
Projeto Censura em Cena 630 450 Instituto Palavra Aberta
Dia 27 de agosto acontece, em São Paulo, a leitura da peça Filha Moça, de Augusto Boal. Desenvolvido pelo Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura (OBCOM), envolve a leitura dramática de peças proibidas pela censura paulista entre 1930 e 1970.
Digital Day 2016
Digital Day 2016 630 345 Instituto Palavra Aberta
Com a presença de convidados, o evento, organizado pela Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), acontece no dia 1º de setembro, no auditório da ESPM, em São Paulo.
Dica da Semana
Dica da Semana 630 345 Instituto Palavra Aberta
O filme As Sufragistas é uma história emocionante e imperdivel. Inspirado no movimento homônimo, retrata a luta de um grupo de mulheres contra a submissão e a opressão de uma sociedade machista no início do XX.
Marcelo Rech assume presidência da ANJ
Marcelo Rech assume presidência da ANJ 630 380 Instituto Palavra Aberta
A Associação Nacional de Jornais elegeu nesta quinta-feira (18), em Brasília, o Conselho de Administração e a Diretoria da entidade para o biênio 2016-2018. *

Dica da Semana

Dica da Semana 630 345 Instituto Palavra Aberta

Das utopias dos anos 1960, a construção do Estado de Israel e a paz mundial – inspirada em A Paz Universal, de Immanuel Kant, que, por sua vez, no pós segunda grande guerra, inspirou a Organização das Nações Unidas –, foram sonhos por muito acalentados. Nenhuma das duas utopias, porém, se concretizou. Pelo contrário, o que se assistiu foi um instável equilíbrio da paz armada e o crescimento do terrorismo, que fica evidente com os sucessivos atentados nos Estados Unidos e em países europeus. Nesse ambiente, onde se alterna a crueldade dos atentados e o recrudescimento das atitudes repressivas, se espalhando como um veneno na corrente sanguínea das relações universais, o escritor Amós Oz, no livro Como curar um fanático (Companhia das Letras), ergue a voz para apresentar uma proposta conciliadora. Isto é, na prática, uma “solução de compromissos”, o que não implica, como possa se imaginar numa interpretação apressada, em capitulação diante do terror ou dos males do mundo moderno, mas, sim, “sinônimo de vida”, porque “o oposto desse compromisso não é integridade, ou idealismo, mas extremismo e morte”. São duas as vertentes da fonte compromisso. A primeira é a curiosidade. Não a curiosidade infantil, mas a curiosidade profunda, aquela que diz respeito à “dor” do outro. Como se sente um palestino diante da “dor” ou um judeu diante do anti semitismo ou um americano que perdeu um familiar nos atentados de 11 de setembro? Amós Oz responde, se insurgindo contra o fanatismo: “O sinal indicador do fanatismo não é o volume da sua voz, mas a atitude com as vozes dos outros”. É aqui que entra a segunda vertente do compromisso: a compreensão do mal e suas gradações que são como camadas geológicas. Os males do mundo, explica o autor, não podem ser colocados no mesmo cesto: apartheid, poluição, genocídio, machismo, chauvinismo, espionagem eletrônica, ocupação da Cisjordânia por Israel, emudecimento da oposição na China e os insultos do politicamente incorreto. Não são iguais e não reconhecer isso é não ter meios para combatê-lo, salvo com igual extremismo. “A opressão de mulheres, de minorias e a colonização de povos são muito ruins. Genocídio é pior. A destruição do meio ambiente é muito ruim. Limpeza étnica é pior. A queima de heréticos na fogueira e a venda de jovens mulheres por um maço de cigarros são piores…”. Aquele que não souber distinguir as gradações do mal poderá se tornar um servidor do mal. E, no dizer de Amós Oz, não ser um seguidor do mal implica em resumir os dez mandamentos em três palavras: “Não infligirás dor”. O escritor israelense Amós Oz, de 77 anos, é um dos fundadores do movimento pacifista Paz Agora. Ele conhece o preconceito e o fanatismo – característica humana mais antiga do que qualquer religião ou ideologia – desde a infância, em Jerusalém, onde se dizia que mulheres, árabes e britânicos tinham chifres e rabo tal como o demônio. Não era assim. Era uma linguagem ilusória. O compromisso de não infligir a dor rompe o círculo vicioso de dor e vingança, dor e guerra, dor e repressão. E também ajuda a superar os preconceitos, a pensar, e a se insurgir contra o fanatismo. Há muita discórdia e posição de extremos. Pouca curiosidade sobre os outros e escassa percepção de que o mal existe dentro de nós. É preciso semear o entendimento, a arte de pensar e fugir ao lugar comum. E nesse sentido a literatura muito pode ajudar construindo pontes com palavras. O livro Como curar um fanático é curto, mas como definiu o The Times de Londres, “é uma vitória pacífica contra o fanatismo”.

Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossa plataforma. Ao continuar navegando, você concorda com as condições previstas na nossa Política de Privacidade.